07 janeiro 2018

Teu sorriso 

Teu sorriso é hipnotizador.
Difícil encontrar palavras 
que definam com fidelidade 
o que ele provoca.

Uma certeza: tem um carisma raro
e irresistível, ao ponto de atrair
e paralisar em encantamento 
quem dele desfrutar.

Teu sorriso tem este grande poder
cativante, porque esbanja verdade,
sinceridade e uma doce alegria
- quase infantil, ingênua -,
o que causa à sua volta imediata empatia.

Além de bonito, teu sorriso se espraia 
por todo teu rosto, transborda nos teus olhos,
e não deixa dúvidas de que é assim
que ele te traduz: por inteiro!
Extremamente encantador e sedutor é teu sorriso.
Tua boca linda é a moldura que o torna único e definitivo!

O que se pode dizer daquilo
que nos fascina e nos provoca
uma irresistível admiração?
Deixe-se levar? Entregue-se?
É intraduzível! É pura magia!


Do teu olhar

Teu olhar,
Terno e cheio de doçura,
Me faz vibrar
E me convida à loucura,
Onde me perco
Para te encontrar.

Teu olhar, sem aviso 
Ou previsão, 
Vem em busca do meu, 
Transbordando de carinho; 
Inundado de mistério,
Nele mergulha
Sem nada ter de dizer.

Às vezes, distante e enigmático,
Foge do meu
Como foge um pensamento.
Outras, vago, indiferente,
Me traz tristeza e dor.
Vez por outra, frio, inquisidor,
Causa-me aflição, beirando o temor.
No mais das vezes, confiável,
Encantador, intenso,
Traz em si a sedução inebriante,
Que conduz à inevitável rendição.

Teu olhar denuncia todo teu ser
Com tuas aflições, desejos e alegrias,
E faz dos teus olhos o tradutor
Do sorriso ou das palavras neles escritas. 

Quando me vem teu pedido
Para que te olhe nos olhos,
Encontro um olhar penetrante 
E avassalador como um feixe de luz
Que rasga a escuridão,
Despertando desejos de se revelar
Segredos antes inconfessáveis.

É assim, o teu olhar:

Misterioso, expressivo, profundo como o mar, cativante, docemente provocante, arrebatador, que irresistivelmente faz sucumbir quem nele mergulhar.


11 agosto 2017


Sonho...

Querendo-te, me vens em sonhos
E por eles vivo sempre a procurar,
Pois neles encontro teu gosto,
Tua pele, teu beijo e tuas mãos.
Tão próximo te sinto ao acordar,
Que assim me segue o dia,
Até que a noite chega,
E te levo para o meu sonho para te amar.

06 setembro 2015

O tempo escoa...

Parece que somos donos
De todo o tempo do mundo
Deixamos para viver
Quando o tempo nos cai nos ombros.

03 fevereiro 2014

Gosto quando voltas
gosto do gosto que deixas quando partes
e em partes me deixas
envolta no teu gosto
que eu gosto tanto.

16 outubro 2013

Na livraria
menino berra
quebra o silêncio
dos livros

... * ...

Sem sono
a noite estica
e o silêncio acorda

... * ...

De nada vale  a idade
com validade vencida

... * ...

Mais vale vencer a idade
e uma vida desvalida
do que a idade vencer
a validade da vida

13 setembro 2013

Desculpa o atrevimento,
mas é que hoje estou assim... meio assim,
se é que você me entende...
Eu só queria te dizer que
é muito bom sentir
as lembranças
que teu perfume me traz...
É muito bom poder viver
para lembrar de ter vivido
momentos que ainda me fazem feliz!

19 dezembro 2012

Não sou poeta; 
quem dera!
Tão-somente escrevo
o que a dor clama.

19 setembro 2012

De mim,
nada;
só dano.

... * ...

Alma (in)quieta
          a
        t
     l
  a
S

... * ...

Sem sossego
meu coração
sôfrego
sofre

... * ...

Meus quadros
estão guardados
assim como
os pedaços de mim...

... * ...


06 maio 2010

Não me leve a mal

Não me leve a mal,
Parece que não tem jeito:
Uma saudade brutal
Tem doído no meu peito.

De promessa a simpatia,
Fiz de tudo pra te esquecer!
Perdi o viço e a alegria,
Vi a vida desfalecer.

Esse amor parece praga,
Coisa feita ou sortilégio;
Rasga e queima feito chaga,
Tal paixão, não tem remédio.

Nem sei como te pedir
Desculpa por este pranto,
Desculpa por eu existir,
Desculpa por te amar tanto.


24 abril 2009

Paixão por outono

O outono vem manso
de sol morno
e frescor no ar
trazendo dias azuis
vestidos de luz
que em raios brilhantes
rasgam a sombra fria
das folhas verdes
em contraste
ao ocaso
das caducas douradas
que revestem
o chão
prenúncio
do aconchego
das noites frias
de lua clara
do vinho tinto
e do beijo ardente
que traz a paixão.


01 maio 2008

O ciclo das estações,
inabalável como o ritmo do tempo?
- quem dera!
Não resiste à ação do homem
e dá sinais de desajuste:
climas misturados,
temperaturas extremas,
cataclismos,
aberrações.
Até quando
e quanto
o planeta suportará?


10 junho 2007

Queria fazer um poema
Que te fizesse lembrar
E sorrir daquele jeito
De quando lembravas...
Mas palavras não vieram,
Nem rimas encontrei!
Impossível traduzir
O que não era preciso dizer
E tudo o que se dizia
No silêncio
Daqueles beijos.


24 maio 2007

A saudade e a fome de ti
Devastam meu ser carente
Quem dera viesse a mim
Um beijo assim, de repente.


13 maio 2007

Esse amor que te tenho
Me deixa assim, pelo meio,
Sem sono, sem tino, sem freio,
Mais perdido do que cego em tiroteio
E cada vez mais sozinho, me chateio,
E, entre versos, fico aqui, em devaneios.


12 maio 2007

Aqui deixaste
Teu gosto
Teu cheiro
Teu tato
Tua voz
E teu olhar
Que não deixam
Os meus sentidos
Deixarem de te amar.


04 janeiro 2007

Amor perfeito
Perfeito amor
Amor feito
Feito flor
Flor de amor
De amor-perfeito.


16 dezembro 2006

Delírio etílico


Por que ainda te procuro
como busco o ar para não morrer?
Por que ainda te necessito
como preciso da água para não definhar?
Por que ainda te quero
como desejo um café para continuar?
Por que ainda te anseio
como quero um beijo para me sentir vivendo?
Por que ainda te saboreio
como se degustasse um vinho por prazer?
Por que ainda te espero
como se soubesse que vais voltar?
Por que ainda me alegro ao te escutar
como se ouvisse aquela música para dançar?
Por que ainda me satisfaz saber que existes
como se disso dependesse minha existência?
Por que ainda suspiro
como se almejasse teu amor para ser feliz?


26 setembro 2006


De onde vem tanta vontade
De sentir teu abraço em mim,
De ver teus olhos sorrindo,
De ter tuas mãos me buscando
Sem pressa alguma de me deixar?

De onde vem tanto desejo
De ter teu beijo daquele jeito,
De ouvir tua voz ardente,
De pedir que o tempo espere
Ou vá embora e te deixe ficar?


10 janeiro 2006


Trocaram alguns olhares;
paixão, sem troco.
Trocaram poucas palavras;
verdades, alhures.
Trocaram um par de beijos;
desejos, intocados.
Trocaram telefonemas;
revelações, desencantamento.
Trocaram despedidas;
destinos, apartados.


26 novembro 2005


Não encontro um lugar seguro
Para guardar os momentos felizes;
O armário das minhas lembranças
Foi inundado pelo meu pranto...


30 outubro 2005


Sob o céu lilás da praça

e entre tantos olhares
um olhar rouba para si
a beleza que até então
era inteira dos Jacarandás.



18 setembro 2005


Saudade
da tua pele
das tuas mãos
do teu abraço
do teu cheiro
do teu beijo
da tua voz
saudade de ti...


03 setembro 2005


Amar é viver extremos:
ou nos morre o amor
ou de amor morremos.

Amar é coisa de louco:
quem ontem morria de amor,
hoje não quer morrer por tão pouco.


29 agosto 2005


Lá fora chove
mar d'água.
Cá dentro choro
de mágoa.


02 agosto 2005


Lembro, ao ver o correr das horas,
de um desejo que ouvi de ti:
"-Queria que o tempo parasse agora,
e nada levasse você de mim!"

O tempo é surdo, não tem ouvidos;
passou direto sem te escutar.
Mas percebendo que tinhas pressa,
voltou correndo pra te buscar!


30 julho 2005


Houvesse, em ti,
a paixão por mim,
como a que existe em mim por ti,
não partirias!

Fosse, o teu,
um desejo por mim,
como o meu por ti,
tu voltarias!


13 julho 2005


Do teu beijo
Ouvia tua alma,
Sentia teu pensar,
Media teu querer,
Previa teu prazer,
Sorvia teu sabor,
Queria teu amor.


30 junho 2005


Não gosto
Do gosto
Que o desgosto tem;
Gosto triste de morte
Que desgosta
A quem tem gosto
Pelo gosto
Que a vida tem.


31 março 2005


Pouco tenho a dizer... muito pouco...
o vazio engoliu minhas palavras
Restaram duas, pequenas, e as mantenho escondidas,
apertadas num canto secreto do coração...


25 março 2005


Ouvindo a razão...

Amei a quem por mim amor não sentia
Não amei a quem de amor por mim morria
Chorei pelo amor de quem não merecia
Adoeci de paixão por quem de mim fugia.

Curei a dor que da paixão vivia
Esqueci do amor que de mim esquecia
Deixei a mágoa esvair-se de mim
Da vida, o começo... distante, o fim.


24 março 2005


Parece que a cada minuto
te perco um pouquinho mais...
Que absurdo pensar desse jeito;
como perder o que tive jamais?

13 março 2005


Eu não vou me afogar em mágoas
Nem beber pra tentar te esquecer
Deixo ao tempo tamanha prova
Outro amor vou tratar de viver.


12 março 2005


Um amor
ardente como o Verão
acolhedor como o Outono
saboroso como a Primavera
vencido, invernou-se.


03 agosto 2004


Me leva
...na dança
....na vida
.....no colo
......na cama

Me faz
...bailarina
....concubina
.....criança
......mulher

Me deixa
...voar
....viver
.....feliz
......te amar.


31 julho 2004

Vens cada vez menos
menos saudoso
menos presente
menos interessado
menos amoroso
menos paciente
menos apaixonado
menos disposto
menos vibrante
menos íntimo
menos feliz
menos amante
menos meu.

Ficas cada vez mais
mais apressado
mais alheio
mais crítico
mais estressado
mais sério
mais desatento
mais chateado
mais racional
mais sonolento
mais desencantado
mais implicante
mais mordaz
mais estranho
mais distante.

25 julho 2004

Abri todas as janelas
lavei os vidros e as cortinas
sacudi os tapetes
tirei a poeira dos móveis
troquei os lençóis
enchi a casa de flores
e o sol deixei entrar
espalhou-se pela casa
e parece que espera
como se soubesse
que estás por chegar...

23 junho 2004

Não tenho vício...
Mentira!
Sinto o corpo em sacrifício
Queima em febre, transpira
Sofrimento cáustico
Sintomas de dependência
Diagnóstico:
Síndrome de abstinência
Morfina, ópio nem absinto
Matam a dor que me consome
Sei que é por ti tudo que sinto
E essa doença, amor, tem seu nome.

20 junho 2004

Lamento

De tantos passados mortos
vivemos
De tantos amores perdidos
sofremos
De tantos desejos sublimes
esquecemos
De tantos medos vãos
perecemos
De tantos beijos ardentes
desistimos
De tantos prazeres furtivos
fugimos
De tantos amigos fiéis
duvidamos
De tantas tristezas alheias
corremos
De tantos desmandos insanos
calamos
De tantas verdades pungentes
desviamos
De tantas mentiras bizarras
transbordamos
De tantas paixões fugazes
morremos...

31 maio 2004

Rouba o mar que te rodeia
O verde-mar dos olhos teus
Lambe e apaga dessa areia
De ciúme, os versos meus.

15 maio 2004

Tão branca
    tão simples
    tão pura

Tão alva
    tu'alma,
    candura.

15 fevereiro 2004

Impossível...
Flor sem cor
Sol sem calor
Mel sem sabor
Sofrimento sem dor
Criatura sem criador
Viver sem amor.

10 fevereiro 2004

De nada vale meu pranto
Não ouves meu corpo implodir
Meu ser diz que é desencanto
É meu sonho que vejo ruir

Tua voz denuncia mentiras
E a alegria que tentas conter
Nas palavras que escolhes a dedo
Soa falso teu grande querer.

01 janeiro 2004

Quando foges assim, calado,
Cala em mim uma dor abissal
Silenciosa me faço, distante,
Adoeço, desatino mortal

Numa noite mergulho, agonia,
Estrelas cadentes carregam meus ais
Perco a mim na penumbra vazia
Ao gritar no silêncio: "Não te amo mais!"

11 novembro 2003

Quem dera parasse o tempo
e lá fora ficasse o verão
pois eu e você aqui dentro
queimamos de tanta paixão.

20 outubro 2003

Espero-te ansiosa
em quase agonia
faminta por ti
paixão fugidia

Mergulho em teus braços
- refúgio de um dia -
sorvo teu gosto
que a mim inebria

Escuto teu corpo,
teus risos, teus ais
entre taças de vinho
e baús medievais

O tempo te leva
e só deixa a saudade
acaba meu sonho
cruel realidade.

26 agosto 2003

Marte está perto da Terra
E eu, anos-luz de você.

21 junho 2003

Teu abraço - de um macio envolvente -
Que acolhe e sufoca meus medos
Meu ninho - refúgio - meu cais
Meu cofre, meu guarda-segredos.

15 junho 2003

Solidão acorda os sentidos
razão sacode a alma
tristeza dilascera o peito
mágoa expulsa a paixão.

05 junho 2003

De saudade não falo, padeço
De dores não choro, amordaço
De mim não lamento, esfaço
De ti não esqueço, faleço.

16 maio 2003

Escoa-me o gostar
que em mim ardia
Esvazia-me a alma
como a noite fria.
...

Foge-me o desejo
por um beijo teu
Restam-me as cinzas
de um amor que morreu.
...

14 abril 2003

O beijo tem de ser assim: de dar água na boca
quando beijado,
quando lembrado,
quando pedido,
quando roubado,
quando esperado!

05 abril 2003

Vermelho escarlate
vermelho coral
vermelho carmim
vermelho que sangra
vermelho que arde
vermelho que grita
vermelho que bate
vermelho cartão
vermelho planeta
vermelho sinal
vermelho dragão
vermelho mar
vermelho amor, amar
vermelho paixão.

07 março 2003

Azul meio roxo
de saudade
quase morto
dor azul
frio de alma
de amor
morro aos poucos.

10 fevereiro 2003

Treze

19 janeiro 2003

Fardos fartos de fados
Falas fartas de farpas
Faltam fatos fáceis e favos
Facas fatais fatiam
Faces falsas de faustos

18 janeiro 2003

Se sou tua felicidade
não te iludas
sou passageira



12 janeiro 2003

Dos outros amores que tive
não lembro
nem fragmentos
não sei se os escondi
ou se foi o tempo
que se faz inteiro
nesse amor que te tenho
aqui dentro

03 janeiro 2003

Não me vêm as palavras
assim, como as penso
Passam como raios,
escapam como o vento;
Não há tempo nem tinta
para trazê-las do pensamento.

26 dezembro 2002

Daquilo que mais gostamos
sorvemos com muito vagar
De tanto amor que te tenho
aos poucos te quero amar

Não queira a rotina - um vício -
que suga e nos tira o sabor
Sabendo dosar nossa sede
mais denso será nosso amor

21 dezembro 2002

Roubei o branco dos teus olhos
E no azul do teu olhar mergulhei
Em rosa me fiz alva, brancura
De ti, nesse azul, morrerei.

17 dezembro 2002

Beijos com gosto de mar...
beijos com gosto de sal...
beijos com gosto de ti...
beijos com gosto de vinho...
beijos com gosto de espuma...
beijos com gosto de café...
beijos com gosto de bombom...
beijos com gosto de licor...
beijos com gosto de paixão...
beijos que gosto...
gosto de te amar!

12 dezembro 2002

Não fale das tuas mazelas
Não implore por meu carinho
Não diga o quanto me amas
Não sorva o nosso vinho
Não fale do tempo lá fora
Não repita que vais voltar
Não grite teu gozo agora
Não deixe esse beijo acabar!


11 novembro 2002

Quem é...
que me abraça com os olhos
que me beija com as mãos
que degusta meu cheiro
que me deita nas nuvens
que me fala de amores
e me ama
com tanta paixão?

18 setembro 2002

Quando vens, é segredo meu
não comento nem em poesia
só pedi para o sol e as flores
que chegassem também no teu dia

Espalharam por toda a cidade
e o segredo virou sinfonia
ou por que outra razão há de ser
essa luz, essa cor e toda essa alegria?

13 agosto 2002

Estou
passando
de passagem
sem bagagem
sem destino
passeando
a passo
eu ando
e passo.

19 junho 2002

Só avisando
suavizando
suave ando
suando
sua
ando
suave
ando

05 junho 2002

ócio
vício
vazio
desperdício

Amor à flor da pele
é ter
o coração na mão;
é dor
em carne viva.
Das loucuras que pensei
nada vivi
mal senti, ou quase nada
Nada sobrou
do que vivi
só nada do que fui
nada
Ser louco seria tudo
sobrevivi
não sou louco
nem nada.

22 maio 2002


Em sonhos e suspiros
Sou tua amante
Que em fogo arde
De desejos
E trêmula esconde-se
Nos teus braços
E em brasas
Busca pelos teus beijos
Pele alva que suplica
Tuas mãos
E marcas
Que deixas
Com teu suor e cheiros
Transgressora insana
Que no corpo carrega
Tua seiva
Feliz, fantasia.

10 maio 2002

A paixão não é matemática; é química.
De cores e amores
por mais que eu decore
não sei
de cor
nem decorado
De amor coro
cor de coração
dor de amor
decoro
de cor e salteado.

05 abril 2002

Poucas palavras
Olhares intensos
Abraço apertado
Beijos ardentes
Fusão de peles
Amar com paixão
Amar por amar
Basta.

22 janeiro 2002

O blues me acalma
O rock, me agita
No silêncio me escuto
Tua voz me excita

21 janeiro 2002

Saudade
não precisa de tempo;
basta a ausência.

15 dezembro 2001

Amar
o mar
amor
no mar
o amor
amar

07 dezembro 2001


Gosto quando voltas
Gosto do gosto
Que deixas quando partes
E em partes me deixas
Envolta no teu gosto
Que eu gosto tanto.


22 novembro 2001

    Em branco...

          Assim, passo.
Doida paixão
Doída distância
Dói ida
Dói partida
Dói parte
Dói peito
Doido amor
Doida de amor
Doida dor
Dor moída
Dor de amor
Doída
Dor bem-vinda
Doideira
Dói
Doideja
Doidice
Sentir
sentidos
sem ti,
não sinto.
Sem ti,
sentir
não faz
sentido.

03 novembro 2001

Amarga partida
parte o amor
Parte do amor
fica
Amor em partes
partido amor
amargo fica.

31 outubro 2001

Conto
encontros
e desencontros
Canto
encantos
e desencantos.

29 outubro 2001

Paixão:
"Gostar demasiadamente...
quase insanamente;
uma coisa bem séria."

26 outubro 2001

Sabê-lo não é o bastante
Ouvi-lo nunca é demais
Vivê-lo é busca constante
Dizer sem senti-lo, jamais:
AMO-TE!

30 setembro 2001

Dos sabores que provei
ainda fico a salivar
quando penso no abricot:
o teu gosto faz lembrar.

14 setembro 2001

Ar de Infância

Memória de cheiros e ares
Balanço de corda, quintais
Fumaça de lenha queimada
Pão caseiro, parreirais

Estrada de chão batido
Eucaliptos, favos de mel
Destinos sem pressa nenhuma
Juras de amor no papel

Domingos festivos -de praxe-
Despedidas, solidão
Alento de avós maternos
Colos e cantos em alemão

Páscoas da busca dos ninhos
Pinheiros brilhando Natais
Adega embaixo do assoalho
Segredos e músicas medievais

Prosa, mate, cadeira de balanço
Óleo em tela das mãos teatrais
Papoulas cobrindo canteiros
Puras quimeras imortais

Sabores de infância, saudade
Tempos guardados virando pó
Retratos se quebram, amarelados
Dos sonhos, lembranças, e só.

12 setembro 2001

Onde está meu norte
onde está meu rumo
se perdi o leme
se fiquei sem prumo?

Fragmentos, retalhos
partes desencontradas
Que fiz eu de mim
vazia morada?

10 setembro 2001

De tempos em tempos
nem tempo
de ser
terás
E o tempo
nem tempo
terá
pra te ver
passar
E sem tirar
nem pôr
o tempo
virá
levando
o melhor
do seu tempo
pra lá
deixando
do tempo,
temporais.

___________

Estremeço
quando sinto
que sem ti
adoeço.
___________

Não moro
me enamoro
namoro
na morada
da namorada.
___________

A chuva alaga
encharca
e até mata
Só não afoga
essa mágoa
entranhada.

26 agosto 2001

Amanheci sem cor,
O dia, acinzentado;
Pedi que o sol não viesse
para eu ficar em preto e branco,
nublado.
___________

Não passe a vida procurando um amor,
pois quando o encontrares,
a vida já terá passado.
___________

Se o amor chegar,
não pense duas vezes;
não pense.
___________

Ando assim...
meio curta,
meio breve,
abreviada.
Do sentido
sinto o dito
E o não dito
fica
sem sentido.
___________

Parte de mim
partida...
Vê se volta
parte ida.

20 agosto 2001

Esperei o amanhã chegar
Já passou
Sem me avisar.
___________

Não me perguntes por que te quero
Te quero
não me perguntes por quê.

08 agosto 2001

Teu cheiro hipnotiza
Teu aroma embriaga
Driblo a saudade
No teu perfume encharcada.
___________

Interjeição,
mais parece
intensa sensação.

02 agosto 2001

Definindo os artigos...

O palpite roubou a cena
os personagens viraram gente
os índices explodiram a tabela
o provedor travou de novo
o autor quase enlouqueceu
os anjos piraram no 34
o nosso medo é de que acabe
os amores se esconderam
os humores se revezaram
o nosso dia mudou de rumo
o site é um sucesso
o livro on-line vai pro papel
o Badaró nunca morreu
o amor de Elyza não acabou
o meu coração quase explodiu
os blues podem voltar
os dias prateados vão continuar!

31 julho 2001

Soltas idéias soltas
Éticas óticas
poéticas caóticas
volúpias eróticas
sensos tensos
penso no sens
síntese antítese
fatos toscos
tatos rotos
eros eras
meras quimeras
feras ferozes
auras auroras
parcas farpas
almas flamas
claras clamas
transas tramas
traumas dramas
tálamos bálsamos
tânatos sândalos
súplicas públicas
ânimos ávidos
hálitos alibis
hábitos fálicos
colos cálidos
cálices pálidos
peles pêlos
poros puros
amaras amoras
amores amaros
gemidos temidos
trêmitos frêmitos
ânsias dúbias
dúvidas súbitas
surtos soltos
sábios lábios
lúcidos lúbricos
falas falos
falam calam.
___________

In blues
(Para Badaró e Elyza, de
Os Anjos de Badaró - Mario Prata)


Amantes sedentos
luz desmaiada
vinho rubro
blues candente
balanço sensual
mãos que se buscam
rhythm in blues
corpos se roçam
dançam carícias
hálitos excitam
trocas ardentes
peles se tocam
sussurros picantes
rhythm in blues
pupilas dilatam
bocas se encontram
salivas doces
beijos cegos
fôlegos trôpegos
doida paixão
rhythm in blues
música entorpece
vinho entontece
coração endoidece
noite desfalece
corpo estremece
que tudo recomece
rhythm in blues.

26 julho 2001

Sorriso nos olhos...

Olhar risonho
passeia na tela
viaja nas letras
divaga e sonha
Quem sabe só riso
nem sonhos
nem vagos
são olhos risonhos
parados no tempo
Sorriso largo
sorriso meigo
fugindo da boca
encontrando o olhar.
___________

Bate coração
não bate
que dói
coração que bate.
___________

Vens tens
Vinhas vinhos
Vim tens.

25 julho 2001

Um olhar profundo

Parado no tempo
num ponto distante
mergulha no ar...
Sem riso, sem nexo,
remoto, cansado,
pungente, sozinho,
se deixa admirar.
Perturba, consome,
quem dera pudesse,
tal gota de orvalho,
fazê-lo brilhar!
___________

Meio dia
meio noite
meio rosto
meio fronte
um perfil
um sorriso
um olhar, ou meio?
Meia-luz
luz e meia
quase noite
entremeia
meia imagem
prateia!
___________

Penso se vou
Penso se fico
Penso em não ir
Ou se não fico
Se penso, não vou
Se não penso, fico!
Fixo o olhar
E com o olhar fixo
Calo o pensar
E com o pensar, fico.
___________

O tom da palavra
Palavra escrita:
falta o tom da palavra dita
falta o peso
do olhar que fita

Palavra escrita:
falta o gesto do aceno
falta o som
de um grito obsceno

Palavra escrita:
falta o suor ofegante
falta o murmúrio
do beijo amante.

Palavra escrita:
guarda a alma que nela fala
guarda o gozo
que dela exala

Palavra escrita:
guarda o tema que nela encerra
guarda o segredo
que aos olhos revela

Palavra escrita:
guarda emoções em letras frias
guarda o prazer
que a leitura sacia.

Palavra escrita:
guarda vidas minhas e vidas tuas
guarda mistérios
que a letra perpetua.

09 julho 2001

Meu querer

Meu querer é mais que um querer por querer
é querer pra te ter
é querer pra sonhar
é querer pra renascer
é querer pra se encontrar
é querer para ser
é querer pra sentir
é querer para amar
é querer pra sorrir
é querer pra se dar
é querer pra viver
é querer pra se alegrar
é querer pra não morrer.
___________

Beijo beijado
Beijo
- desejado
imaginado
fantasiado
sonhado
esperado
ansiado
insinuado
procurado
tentado
negado
adiado
convidado
buscado
provado
saboreado
adocicado
enroscado
devorado
sugado
molhado
demorado
descontrolado
escandalizado
suado
arrebatado
apaixonado-
beijado!
___________

I n d o
    e

o b n i v

nosso amor é de recomeços.
___________

O vento
Tu passas com pressa
tu passas voando...
Não pareces com pássaro,
pareces com o vento

O vento que chama,
que canta e que geme
Me fala de amores,
clama... clama!

Pudera ouvir-te
quisera seguir-te
Me busca, me leva
nas asas seguras

Faz do teu grito
a minha cura
Liberta minh'alma
me faz pura!
___________

Se...
Nem sei se me queres,
mas sei que te amo!
Te quero inteiro,
clamo!

Se restam pedaços,
se ficam as dores,
Teu beijo na boca,
sabores!

Se mentes ou foges,
se finges paixão
Teu corpo na pele,
tesão!

Se falas ou calas,
se é falso o sorriso,
teus olhos te traem,
paraíso!
___________

Superbu
Fiquei na ponta dos pés
não alcancei tua boca
cheguei a morder as nuvens
tua altivez me põe louca!
___________

Que amor é esse?
Que amor é esse que invade, se instala, se apossa e domina?
Que amor é esse que entristece, soterra, sufoca e silencia?
Que amor é esse que se alastra, se entranha, insiste e perdura?
Que amor é esse que promete a vida e traz o amargo sabor da perda?
Que amor é esse que não finda, não alivia, não parte e não se deixa esquecer?
Que amor é esse que endoidece, tumultua, estremece e hipnotiza?
Que amor é esse que renasce quando fraco, reacende ao despedir-se e retorna a cada partida?
Que amor é esse que não suporta a lembrança, grita a presença e chora a distância?
Que amor é esse que se sabe impossível, mas se faz teimoso, presente e imenso?
Que amor é esse que encanta, faz sonhar, mas traz angústia e dor?
Que amor é esse que avança os limites, esquece a vergonha e brinca com o ridículo?
Que amor é esse que se vê sozinho e nem assim desiste?
Que amor é esse?
Amor gourmet

Desejos ardentes
saciados à beira do fogão
rolávamos ofegantes
no piso frio da cozinha
Beijos misturados
ao cheiro morno do feijão
nem lugar, nem padrão,
nosso amor tinha.
______________________________________

Desamor

Por que me vens assim de manso,
falando tão frio e vazio, sem encanto?
Sinto no ar um tom machucado,
quase magoado que esconde teu pranto
Estou enganada, vendo fastasmas,
sonhando acordada?
Não, amor meu, é meu coração que avisa
e me diz que ainda sofro com tua chegada.
Assim como vens, te vais de repente,
sem nada dizer, me fazendo pensar
que minhas palavras, sem mesmo que eu queira,
te fazem penar.
Queria te dizer, jurar meu amor
que tanto me agita e corrói
Mas sofro calada, apertando no peito
esta louca paixão que tanto me dói!
Queria esquecer e viver novamente
sem ter esta dor
Cometo algum crime por ter aqui dentro
este louco amor?
Não calculei, muito menos pedi
pra te amar tanto assim
É tão grande o que sinto,
não tem início, nem meio, nem fim!
O amor é assim mesmo, não escolhe momento,
nos vem de repente
Transforma o sossego num turbilhão
e devasta tudo, como um furacão
Nos deixa sem riso, cobertos de dor,
em só desencantos
Quisera esse amor diferente,
alegre, sem mágoas, nem prantos
Mas ele me vem solitário, sem eco, sem chance
E te leva pra longe, muito além do meu alcance.
______________________________________

Atrevimento

Cheguei tarde, amor, bem sei!
Mas o desejo me fez te buscar!
Nos poetas, as rimas não achei
Pra dizer o quanto queria te amar!

Atrevida (e quanto!) estes versos dedilho
Driblando palavras travessas e picantes
Pra não te deixar com rubores de filho
Não digo -só penso- loucuras de amantes

Meu desejo me inspira e provoca
Aguça a libido, me tira do sério
Queria um louco beijo na tua boca,
Poder te amar sem limites, sem mistério.
______________________________________

Ainda escuto o que dizias

Te assustei com um amor imenso
Fugiste, correndo de mim!
Em tuas juras ainda penso
Como esquecer um amor assim?

Ainda sofro com o que dizias
Com tua voz que sempre amei:
"Sou louco por ti!" -(mentias?)
Pois eu, louca, acreditei!

Na música queria encontrar-te
Cantando e dizendo pra mim
Que a mais ninguém queria entregar-te,
Só ao meu doido amor, sem fim.

Dançamos na noite, na lua.
Te amei como a ninguém,
Ao som da música fui tua;
Dançavas comigo também?

Nas despedidas, um beijo...
Pedias que sonhasse contigo.
Como não atender ao teu desejo
Se estavas sempre aqui, comigo?

Ouviste sempre calado
Minhas falas e juras de amor
Melhor não tivesse falado:
Te perdi, fiquei com a dor.

Por que esse amor insiste?
Sufoca e me aflige assim?
Quem sabe um dia desiste
E devolve a vida pra mim?
______________________________________

Ponto de fuga
Foge-me:
dura penitência!

Teu olhar:
fatal sucumbência!
______________________________________

Amo
    Amoras

      Amora

    Amoramos

      Amorais

    Amoram

______________________________________

Acordo
não acordo
desacordo
desacordado
acordo
acordado.

06 julho 2001

Desejo de ti

Teus olhos... me perco
de verde a castanho
(a luz há de dizer!).
Teu cheiro inebria,
envolve e convida.
Teu toque estremece,
enrubesce e perturba.
Teu abraço incendeia,
entorpece e escraviza.
Tua boca mordida,
invadida; fonte de delícias
encontro de línguas.
Libido selvagem
Desejos pulsantes
Apelos insanos
Sentidos vorazes
Sonhos desfraldados
Corpos suplicantes
na nudez se tragam,
devoram-se e se entregam
num vôo solto, sem rédeas.
Murmúrios, gemidos
Ofegantes carícias
percorrem os corpos.
Tuas mãos atrevidas
fascinam e encantam:
dádiva profana
que marcam meu corpo
(memória tatuada).
Teu peso em meus flancos:
galopes, cadências
(úmidas volúpias)
cavalgada suada
encharca teu rosto
que escorre e me afoga...
sabor salgado que excita, enlouquece.
Ritmo ardente
Olhares carentes
Mergulho profundo
Paixão flagrada
Salivas trocadas
Som molhado
dos sexos famintos
que abrem caminhos
em busca do céu...
Delírios somados
Razão que falece
Pecado adormece
Despudor que floresce
Temores se perdem
sem culpa, sem dor
O tempo não conta,
espera (cúmplice!)
Química mágica
de peles e cheiros
Explosão desejada!
Gritos, delírios
Aurora boreal!
Deleite alcançado
Fluidos transbordam
Instante supremo.
Sussurros de amor
recheiam o espaço
Felicidade, torpor...
Latejos ritmados
Espasmos de prazer
Poros inflados
Corpos transcendem.
Desejos saciados...
aromas no ar.
Gestos lentos, cansados,
afagos, sorrisos
Silêncio quebrado,
rhythm in blues...
lábios prometem:
- te quero outra vez!

04 julho 2001

Estou
    c

      a

        in

        d

          o

de
amores
por
você!
______________________________________

Nem isso...
Horas escoam
Um só pensamento
Desejos insanos
Espera infinda
Palavras em prosa
Inútil tentativa
Você não me crê...
se esquiva.
______________________________________

Musiquando
Música...
invade.
Sonho...
sonhado.
Frio...
saudade.
Prece...
inútil.
Amor...
empoeirado.
Viver...
esqueci...
Esquecer...
de ter te amado.