Pouco tenho a dizer... muito pouco...
o vazio engoliu minhas palavras
Restaram duas, pequenas, e as mantenho escondidas,
apertadas num canto secreto do coração...

Ouvindo a razão...

Amei a quem por mim amor não sentia
Não amei a quem de amor por mim morria
Chorei pelo amor de quem não merecia
Adoeci de paixão por quem de mim fugia.

Curei a dor que da paixão vivia
Esqueci do amor que de mim esquecia
Deixei a mágoa esvair-se de mim
Da vida, o começo... distante, o fim.

Parece que a cada minuto
te perco um pouquinho mais...
Que absurdo pensar desse jeito;
como perder o que tive jamais?

Eu não vou me afogar em mágoas
Nem beber pra tentar te esquecer
Deixo ao tempo tamanha prova
Outro amor vou tratar de viver.

Um amor
ardente como o Verão
acolhedor como o Outono
saboroso como a Primavera
vencido, invernou-se.