07 janeiro 2018


Do teu olhar

Teu olhar,
Terno e cheio de doçura,
Me faz vibrar
E me convida à loucura,
Onde me perco
Para te encontrar.

Teu olhar, sem aviso 
Ou previsão, 
Vem em busca do meu, 
Transbordando de carinho; 
Inundado de mistério,
Nele mergulha
Sem nada ter de dizer.

Às vezes, distante e enigmático,
Foge do meu
Como foge um pensamento.
Outras, vago, indiferente,
Me traz tristeza e dor.
Vez por outra, frio, inquisidor,
Causa-me aflição, beirando o temor.
No mais das vezes, confiável,
Encantador, intenso,
Traz em si a sedução inebriante,
Que conduz à inevitável rendição.

Teu olhar denuncia todo teu ser
Com tuas aflições, desejos e alegrias,
E faz dos teus olhos o tradutor
Do sorriso ou das palavras neles escritas. 

Quando me vem teu pedido
Para que te olhe nos olhos,
Encontro um olhar penetrante 
E avassalador como um feixe de luz
Que rasga a escuridão,
Despertando desejos de se revelar
Segredos antes inconfessáveis.

É assim, o teu olhar:

Misterioso, expressivo, profundo como o mar, cativante, docemente provocante, arrebatador, que irresistivelmente faz sucumbir quem nele mergulhar.


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